terça-feira, 16 de junho de 2015

PORTUGUESES ILUSTRES: Félix Avelar Brotero

Félix da Silva Avelar nasceu a 25 de novembro de 1744 em Santo Antão do Tojal e morreu em Lisboa em 4 de agosto de 1828. Filho de um médico, aos 19 anos tornou-se capelão cantor na Sé Patriarcal de Lisboa, pois como era filho de uma mãe louca e órfão de pai desde a infância a morte do avô deixou-o sem meios de subsistência. Os conhecimentos adquiridos no Colégio dos Religiosos de Mafra em latim, grego, música e direito canónico permitiram-lhe realizar exames, durante três anos, na Universidade de Coimbra, não concluindo porém a formatura dado que uma reforma passou a proibir o acesso à avaliação sem a respetiva frequência das aulas.
 A Inquisição considerou suspeitas as suas ideias filosóficas e a amizade que mantinha com Filinto Elísio, pelo que emigrou em 1778 para Paris onde, seguindo o uso da época, adotou o apelido Brotero – amante dos mortais. Sobreviveu realizando trabalhos originais e traduções, aproveitando para frequentar diversos cursos e contactar eminentes naturalistas como o conde de Buffon, Cuvier e Lamarck. Doutorou-se na Escola de Medicina de Reims, embora não exercesse essa profissão, regressando a Lisboa em 1790, com Filinto Elísio, após presenciar os acontecimentos iniciais da revolução francesa.
 A sua reputação como cientista – em 1788 publicou o Compêndio de Botânica – mereceu-lhe um lugar de lente na Universidade de Coimbra, onde regeu a recém-criada cadeira de botânica e agricultura, desenvolvendo também o Jardim Botânico de Coimbra. Pertenceu a várias sociedades científicas e escreveu, entre outras obras, a Flora Lusitanica (1804), um marco da botânica e da ciência portuguesa em geral. D. João VI nomeou-o, em 1811, diretor do Real Museu e Jardim Botânico da Ajuda. Em 1820, foi eleito deputado às Cortes Constituintes pela Estremadura, cargo de que pediu dispensa pouco tempo depois. 

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