
A Inquisição considerou suspeitas as suas ideias filosóficas e a amizade
que mantinha com Filinto Elísio, pelo que emigrou em 1778 para Paris onde,
seguindo o uso da época, adotou o apelido Brotero – amante dos mortais.
Sobreviveu realizando trabalhos originais e traduções, aproveitando para frequentar
diversos cursos e contactar eminentes naturalistas como o conde de Buffon,
Cuvier e Lamarck. Doutorou-se na Escola de Medicina de Reims, embora não
exercesse essa profissão, regressando a Lisboa em 1790, com Filinto Elísio,
após presenciar os acontecimentos iniciais da revolução francesa.
A sua reputação como cientista – em 1788 publicou o Compêndio de Botânica – mereceu-lhe um lugar de lente na Universidade de Coimbra,
onde regeu a recém-criada cadeira de botânica e agricultura, desenvolvendo também
o Jardim Botânico de Coimbra. Pertenceu a várias sociedades científicas e escreveu,
entre outras obras, a Flora Lusitanica
(1804), um marco da botânica e da ciência portuguesa
em geral. D. João VI nomeou-o, em 1811, diretor do Real Museu e Jardim Botânico
da Ajuda. Em 1820, foi eleito deputado às Cortes Constituintes pela
Estremadura, cargo de que pediu dispensa pouco tempo depois.
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