quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

“Nous sommes tous Charlie”

Após o atroz massacre terrorista do passado dia 7 de janeiro – que vitimou cinco cartoonistas do Charlie Hebdo – foi hoje colocada à venda mais uma edição desta publicação polémica, desta vez com uma tiragem de três milhões de exemplares, em lugar dos habituais 60 000, numa versão em cinco línguas, entre as quais o árabe.
As controvérsias entre o Charlie Hebdo e alguns setores do islamismo começaram em 2006, quando a revista reproduziu caricaturas do jornal dinamarquês Jyllands-Posten sobre o Profeta do Islão. Em novembro de 2011, depois de publicar uma caricatura de Maomé intitulada Charia Hebdo, uma bomba incendiária atingiu a sede deste semanário libertário e, em 2013, foi a vez de o seu site ter sido atacado por hackers fundamentalistas.
O Charlie Hebdo – nome inspirado no personagem dos Peanuts Charlie Brown, mas também como uma referência irónica a Charles DeGaulle –, nasceu em 1970 como forma de contornar a proibição da sua antecessora Harakiri Hebdo, após esta ter difundido uma caricatura sobre a morte do general. Esta tentativa de silenciar a publicação já tinha antecedentes, por exemplo, quando em 1966 a Harakiri foi banida por 6 meses sob a influência de Yvonne DeGaulle, esposa do presidente francês.


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