Após o atroz massacre terrorista do passado dia 7 de janeiro
– que vitimou cinco cartoonistas do Charlie Hebdo – foi hoje
colocada à venda mais uma edição desta publicação polémica, desta vez com uma
tiragem de três milhões de exemplares, em lugar dos habituais 60 000, numa
versão em cinco línguas, entre as quais o árabe.
As controvérsias entre o Charlie Hebdo e alguns setores do islamismo começaram em 2006,
quando a revista reproduziu caricaturas do jornal dinamarquês Jyllands-Posten sobre o Profeta do Islão. Em novembro de 2011, depois
de publicar uma caricatura de Maomé intitulada Charia Hebdo, uma bomba incendiária atingiu a sede deste
semanário libertário e, em 2013, foi a vez de o seu site ter sido atacado por hackers
fundamentalistas.
O Charlie
Hebdo – nome inspirado no personagem dos Peanuts Charlie Brown, mas também como uma referência
irónica a Charles DeGaulle –, nasceu em 1970 como forma de contornar a proibição
da sua antecessora Harakiri
Hebdo, após esta ter difundido uma caricatura sobre a morte do
general. Esta tentativa de silenciar a publicação já tinha antecedentes, por
exemplo, quando em 1966 a Harakiri foi
banida por 6 meses sob a influência de Yvonne DeGaulle, esposa do presidente francês.
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